Luca Argel é um artista brasileiro radicado em Portugal há mais de uma década. Licenciado em música e mestre em literatura, é precisamente entre estes dois mundos por onde gravita, somando 5 álbuns editados e outros tantos livros de poesia. Nos seus trabalhos, a pesquisa histórica, a política, o ativismo e a música popular encontram um terreno comum, sendo prova disso os seus álbuns “Samba de Guerrilha” e “Sabina”, trabalhos que mexem na ferida aberta do colonialismo e olham às marcas da escravatura no racismo estrutural do presente.

No MIL 2023, Luca foi um dos oradores convidados para uma mesa-redonda que procurou responder à questão “E se o setor cultural fizesse uma autorreflexão a partir da abordagem decolonial?”. No rescaldo desta discussão, senta-se com Rui Miguel Abreu e partilha o tanto que está por fazer para decolonizar as estruturas de produção cultural e de conhecimento, com a certeza de que não há como promover uma mudança estrutural no presente sem reconhecer o passado colonial de um país como Portugal.

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